sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Plantas no combate ao câncer


Congeladas em hidrogênio líquido, células do câncer. Em laboratório, serão bombardeadas por extratos de plantas. O câncer mata mais de 100 mil brasileiros por ano. Na Amazônia, a equipe do doutor Dráuzio Varella coleta as amostras que serão testadas.

Os cientistas marcam o lugar de onde cada amostra foi recolhida, para poder voltar exatamente à mesma planta se ela mostrar atividade em laboratório. O catálogo é feito a bordo do barco-escola.

“A vantagem desse tipo de método é que você pode ter grandes surpresas. Pode se descobrir uma molécula que tenha uma ação jamais esperada”, explica Varella.

Isso aconteceu com o taxol, uma droga desenvolvida nos Estados Unidos. Teve origem na casca de uma árvore canadense, o teixo do Pacífico. Combate tumores de ovário e de mama impedindo a reprodução das células cancerígenas. A pesquisa que levou ao taxol demorou mais de 40 anos. No Brasil, o trabalho de investigar plantas para usar contra tumores é recente.

Da Floresta Amazônica para um laboratório em São Paulo. Os cientistas querem saber se plantas têm o poder de controlar os tumores do câncer. Congelados num freezer, os 1.200 extratos estão prontos para testes. Serão aplicados contra células do câncer de mama, próstata, pulmão, intestino e leucemia.

“As plantas vem produzindo antibióticos desde sempre para poder se livrar das bactérias, vem produzindo agentes anti-tumorais para impedir que tumores se formem no caule, nas folhas. Essas substâncias existem, aí depende da gente conseguir localizá-las, identificá-las rapidamente”, diz Drauzio Varella.

Ele foi um dos primeiros brasileiros a falar do combate ao câncer com o uso de plantas medicinais. Nos anos 60, o doutor Walter Accorsi já divulgava o poder da casca do ipê. Hoje, há pelo menos duas patentes nos EUA associando a árvore brasileira ao tratamento de tumores. O doutor Accorsi agora trabalha com um arbusto africano que há dois séculos foi trazido para o Brasil, o aveloz.

“Esta planta é indicada para o câncer e a leucemia. E funciona. Ela tem um látex que se cair no olho, cega. Então, se a pessoa tomar mais gotas do que o necessário, ela pode morrer. Temos que ter cuidado para usar plantas também, pois podem ser venenosas. A dose é o limite entre envenenamento e a cura”, conta o médico.

http://grep.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-125-3-2676,00.html

Empresário cearense financia pesquisas para cura do câncer

Substância pode virar primeiro medicamento brasileiro para tratamento

Quando a curiosidade motiva a ciência. Esse foi o caso do empresário cearense Everardo Ferreira Telles. Observando a melhora de um parente após tomar a famosa ‘garrafada’, Telles resolveu investir em pesquisas. Encontrada com alguma facilidade no ceará, a planta avelós, uma das matérias-primas da garrafada, poderá se tornar o primeiro medicamento feito, totalmente no Brasil, para a cura do câncer. Aprovado pelo Ministério da Saúde para testes, o remédio já tem feito efeito em alguns pacientes no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A esperança de cura poderá vir de uma planta considerada venenosa no sertão. Se a confirmação ainda não é certa, os investimentos feitos pelo empresário parecem mostrar um futuro promissor.


Discreta em meios a outras espécies, a planta, conhecida também como ‘esqueleto’, age supostamente inibindo enzimas relacionadas à multiplicação dos tumores e tem potencial antiinflamatório e analgésico. Por ter um alto teor de toxicidade, inúmeros testes fracassaram. Há cinco anos financiando os estudos, o empresário parece feliz com o avanço das pesquisas. Em primeira etapa de análise, 20 voluntários estão tomando doses do medicamento a fim de encontrar um equilíbrio entre a cura e a intoxicação.
A frente das pesquisas, o proprietário de uma empresa de consultoria farmacêutica Luiz Francisco Pianowski coordenou os estudos junto a laboratórios e uma universidade do Brasil e do exterior, além do Einstein. Segundo o farmacêutico, a identificação de uma espécie da planta com menor poder tóxico, auxiliou nos avanços dos estudos.

» A cura pelo avelós. A esperança de tratamento contagia a todos. Em Bom Jardim, Pernambuco, um grupo uniu fé e conhecimento popular para enfrentar a doença. Membros do Centro Espírita Herculano Pire se utilizam do avelós há 38 anos. Segundo o coordenador do Centro Francisco Barbosa, a planta, típica do sertão, tem efeito sobre vários tipos de câncer: próstata, uretra, bexiga, útero, intestino, esôfago, cordas vocais, leucemia, mama, pele e pulmão, entre outros. “É um poderoso analgésico, cicatrizante e anti-hemorrágico. Com o seu uso, no mínimo, ele estaciona a doença, e elimina as dores, nos casos irreversíveis. A descoberta do avelós aconteceu em 1980, em uma sessão espírita, quando o espírito de um médico que teria vivido em Portugal, no século passado, revelou os poderes terapêuticos da planta”, afirmou o coordenador. Ele disse ainda que sua avó, Dona Chiquinha, tratava o câncer com a planta. “A sabedoria popular ensinou a população a se cuidar”, ressaltou.


Distribuída após diluição, a substância retirada dos avelós é entregue aos que precisam. “Nós fazemos um concentrado, misturamos com água e damos aos nossos amigos”, disse o coordenador. Segundo Francisco Barbosa, todos os dias o Centro recebe inúmeros depoimentos de regressão ou cura da doença. Entre tantos, o de Terezinha de Jesus, moradora de Santo Ângelo (RS) mostra a esperança de cura: “Eu tomei o Avelós por dois anos. Como fui curada aí parei de tomar. Falar em “Avelós” é uma coisa que me deixa emocionada, pois ele, amparado pelas mãos de Deus e Jesus foi um dos aliados na minha cura. Em junho de 2001 foi diagnosticado câncer de mama, e eu comecei a tomar 4 dias antes de fazer a 1ª quimioterapia. Eu tinha na mama um tumor bem grande; quando fui fazer o segundo exame o médico admirou-se que 70% do tumor havia desaparecido. Eu declaro a todos que o Avelós é um santo remédio”, declarou.

http://www.oestadoce.com.br/?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=22&noticiaID=8570